Sagrado

Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 4 min de leitura

Sagrado é a manifestação de uma realidade de ordem inteiramente diferente da das realidades “naturais”. Tem como contrapartida a noção de profano.

O que é adorar?

A palavra adorar vem do latim ad e orare que significa orar para alguém. É render homenagem através de palavras, gestos, atitudes e cultos. Subentende um sentimento de admiração.

O que é um mito?

O mito conta uma história sagrada, um acontecimento primordial que teve origem no começo do tempo - ab initio - revelar um mistério. Somente os deuses podem revelar esse mistério. Quando contada pelos reveladores, torna-se uma verdade apodítica, ou seja, demonstrável, evidente.

O que se entende por hierofonia?

Hierofania é o ato da manifestação do sagrado. A história das religiões tem um número considerável de hierofanias, ou seja, todas as manifestações das realidades religiosas. É isso o que explica o sagrado manifestando-se em pedras, animais, árvores etc.

Pode o espaço ser considerado sagrado?

Sim. Para o homem religioso, o espaço não é homogêneo: o espaço apresenta roturas, quebras; há porções de espaço qualitativamente diferentes das outras. “Não te aproximes daqui, disse o Senhor a Moisés, descalça as sandálias; porque o lugar onde te encontras é uma terra sagrada” (Êxodo, III, 5).

Como visualizar historicamente o sagrado?

O totemismo serve de origem para muitos aspectos de nossa vida. Suas ideias fundamentais são as de totem, de mana e de tabu. A religião, nesse contexto, é a separação do profano e do sagrado.

J. Herculano Pires em O Espírito e o Tempo retrata este histórico em termos de horizontes: tribal (mediunismo primitivo), agrícola(animismo), civilizadoprofético (mediunismo bíblico) e espiritual (mediunidade positiva). (mediunismo oracular),

Quais são os aspectos sagrados da vida?

Além da religião, o direito, a ética, a estética, a política, o casamento, a família, o sexo, a morte, a arte, a arquitetura e muitos outros aspectos da vida são igualmente envolvidos pelo sagrado. Um exemplo: no Direito (ciência), usa-se a Bíblia em alguns juramentos.

Como o sagrado é revelado?

No sentido especial da fé religiosa, a revelação diz-se mais particularmente das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe dão Deus ou seus mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso, a revelação é sempre feita a homens predispostos, designados sob o nome de profetas ou messias, isto é, enviados ou missionários, incumbidos de transmiti-la aos homens.

Todas as religiões tiveram os seus reveladores?

Sim. Embora longe estivessem de conhecer todas as verdades, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriados ao tempo e ao meio em que viviam, ao caráter particular dos povos a quem falavam e aos quais eram relativamente superiores. Buda, Maomé, Confúcio são alguns dos inúmeros exemplos.

Qual a natureza da revelação espírita?

Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Quer dizer, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.

Podemos racionalizar o sagrado?

Sim. No Espiritismo, quando Allan Kardec codificou a Doutrina dos Espíritos, fê-lo com o intuito de criar uma nova ordem no relacionamento com as coisas sagradas. Não mais peditórios para resolução de problemas pessoais, mas a absorção de conhecimentos superiores, a fim de que possamos nos tornar herdeiros da felicidade celeste.

Explique mais detalhadamente.

O Espiritismo funciona à semelhança das ciências naturais, utilizando a observação, a formulação de hipóteses, a experiência e as conclusões. É uma doutrina científica filosófica, que se utiliza do método teórico-experimental, como o faz a maioria das ciências. O Espiritismo não é questão de forma, mas de fundo. Separemos, assim, a Doutrina Espírita da dos seus propagadores. Nesse sentido, desconfiar da autoridade (inclusive das federações), eliminar mantras, hinos e preces cantadas, vestir-se naturalmente e sem rituais, é um bom exercício.

Fonte

Aprofundamento Doutrinário
Autor: Sérgio Biagi Gregório

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