Revelação Espírita

Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 6 min de leitura

O que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem. Assim, por sua natureza, ela participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. (2)

Relacione manifestação e revelação espírita.

Suponha que os Espíritos queiram nos transmitir novas verdades. Como eles o fariam? Escolheriam um médium ou vários médiuns capacitados para tal trabalho. Depois, transmitiriam, através desses médiuns, os novos ensinamentos para a humanidade refletir. Em se tratando do Espiritismo, Allan Kardec foi apenas o codificador. Junto dele estavam diversos médiuns que serviram de meio para as ditas manifestações.

Qual a finalidade da revelação?

Todos nós, seres mortais, progredimos pelo nosso esforço, pela nossa pesquisa, pela nossa dedicação ao estudo. Porém, entregues à nossa própria força, esse progresso seria muito lento. É como o aluno que é auxiliado pelo professor. Há necessidade de Espíritos mais evoluídos, os chamados gênios, virem nos dar uma mão, um pequeno empurrão. (2)

É divina a revelação espírita?

Sim. A revelação espírita é divina (proveniente dos Espíritos de Deus) e científica, pois resultou, também, da experimentação, da observação e do trabalho do homem e se baseia em fatos, ou seja, na Ciência cujos métodos adota. É também universal, pois o ensino do Cristo se destina a todos os povos, progressiva porque não teme a Ciência e suas descobertas, mas nelas se alicerça complementando-as com esclarecimentos de outra ordem, nem por isso menos importantes. (2)

Quais Espíritos presidiram a revelação espírita?

Em Prolegômenos, de O Livro dos Espíritos, há a citação de alguns: São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, o Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg etc. (3)

Que tipo de mensagem o Espírito de Verdade dos trouxe?

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.

Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.

As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.

Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!… e podereis entrar no reino dos Céus. (4)

Perguntas Relacionadas

Qual o conceito de caráter?

Caráter pode ser entendido como os traços marcantes da personalidade. São os traços que identificam uma determinada pessoa. No sentido da Doutrina Espírita, a palavra caráter refere-se à autenticidade dos ensinos transmitidos pelos benfeitores espirituais.

Que significa revelar?

Revelar – Do latim revelare significa, literalmente, tirar o véu. Figuradamente, fazer conhecido o que era ignorado ou esquecido. Neste caso, qualquer um de nós pode ser um revelador para o seu próximo; basta transmitir-lhe algo que desconhecia. No sentido teológico, é o ato pelo qual Deus manifesta aos homens o Seu desígnio de salvação e Se lhes dá a conhecer.

Que tipo de revelação podemos ter?

A revelação pode ser humana e divina. É humana quando é feita pelo homem. É divina quando é feita por Deus. A revelação divina, por sua vez, pode ser natural e sobrenatural. É natural quando o ser humano, pela sua condição de ser pensante, consegue captar os desígnios de Deus. É sobrenatural quando o teor da mensagem extrapola o nível de conhecimento do ser humano.

Que termos usamos para indicar a revelação encarnada no Velho e no

Novo Testamento? No Velho Testamento, não há um termo específico para designar a revelação. Há, sim, intermediários da revelação, que são: Moisés, os profetas, os salmistas e os sábios.

No Novo Testamento, os termos para indicar a revelação são: keryssein (“anunciar”, “pregar”), evangelizesthai (“evangelizar”), didaskein (“ensinar”), apokalyptein (“revelar”) e matheteúein (“fazer discípulos”, “instruir”). No Novo Testamento, Cristo é o único Mediadorpropriamente dito da revelação. Os apóstolos são meros divulgadores, evangelizadores, mas não reveladores.

Teologicamente, como são arbitradas as revelações?

As revelações são arbitradas nos concílios. Observe que no Concílio de Trento, a revelação é o anúncio do Evangelho prometido aos profetas, pregado pelos apóstolos, e transmitido à Igreja para que ela o conserve em toda a sua pureza. O Concílio Vaticano II, por sua vez, consagrou à revelação o cap. I da Constituição dogmática Dei Verbum: a) a revelação é um diálogo interpessoal entre Deus e os homens; b) a revelação é progressiva; c) a revelação é constituída por acontecimentos e palavras; d) Cristo é o vértice da revelação.

Em que consiste a revelação espírita?

Allan Kardec, no livro A Gênese, diz: “Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica”. A revelação espírita é de origem divina e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem. Os Espíritos superiores inspiram os homens. Estes, por sua vez, devem se valer das pesquisas científicas, para alicerçar esses conhecimentos.

É possível a revelação direta de Deus?

Sim. Mas não é assim que funciona. Diz-se, por exemplo, que Deus se manifestou diretamente a Moisés. A manifestação direta é uma força de expressão. No caso, os Espíritos superiores transmitiram os Dez Mandamentos a Moisés, em virtude da grande mediunidade que este possuía.

Por que a revelação espírita só apareceu no século XIX? Não poderia

ter vindo antes? A revelação espírita participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Sendo assim, não poderia ter surgido antes que a ciência tivesse se desenvolvido, principalmente através do método teórico-experimental. Se viesse antes, teria abortada, como tudo o que é prematuro.

O Espiritismo é a terceira revelação divina? Por quê?

Porque os seus princípios doutrinários se ajustam perfeitamente aos dizeres de Jesus sobre o Consolador Prometido. Não é uma revelação pessoal. Veio no tempo certo, ou seja, depois do desenvolvimento das ciências.

Bibliografia

  • KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.

Fonte

Aprofundamento Doutrinário, Sérgio Biagi Gregório Aprofundamento Doutrinário, Sérgio Biagi Gregório

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