Razão

Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 3 min de leitura

Razão tem o significado de “bem julgar”. Tem relação com o raciocínio discursivo. É conhecimento natural enquanto oposto ao conhecimento revelado, objeto da fé.

Enquanto faculdade, o que é a razão?

É a faculdade de raciocinar discursivamente, de combinar conceitos e proposições. Para Descartes, é a faculdade de “bem julgar”, ou seja, de discernir o bem do mal, o verdadeiro do falso.

O que é a razão enquanto objeto de conhecimento?

É o princípio de explicação, principalmente entre causa e efeito. Seu sentido original está ligado à expressão “livro da razão”, em que se registram de um lado as receitas e do outro as despesas, para depois dar conta.

Há uma evolução linear do mito à razão?

A tese da evolução linear do mito à razão não só é historicamente inexata como também não consegue explicar certos fenômenos culturais complexos. No caso extremo, o mito é rebaixado a uma fábula sem valor.

O que se entende por fé?

O termo fé pode ser usado de modo profano ou religioso. No sentido profano, é dar crédito a alguma coisa, a um evento, a um empreendimento. No sentido religioso, o testemunho no qual se baseia a confiança é a revelação divina.

Como a fé a razão se apresentam historicamente?

Na Antiguidade, tínhamos a filosofia grega (razão) de um lado e o cristianismo (fé) do outro. Na Idade Média, a filosofia tornou-se ancilla theologiae (“serva da teologia”). Os medievais tentaram conciliar fé e razão. Na Idade Moderna, com a chegada do Iluminismo e o desenvolvimento das ciências, a filosofia voltou a ser independente e desgarrou-se da fé.

Qual a relação entre razão e sentimento?

A razão é fria, calculista, raciocina com a lógica. O sentimento é o elemento que vem completar o raciocínio, dando-lhe uma espécie de apoio moral.

Relacione fé religiosa, fé humana e fé divina.

A fé é inata. Ela não é adquirida pelo esforço, pela inteligência, pela técnica. Crê-se porque se crê. Os desdobramentos dessa crença é que podem ser caracterizados por fé religiosa (dogmas das religiões), fé humana (crença nas próprias forças para a realização de um trabalho, de um evento) e fé divina (quando o móvel é inspiração divina).

Qual a influência do iluminismo?

O Iluminismo endeusou a razão. Com isso, inverteu os objetivos da humanidade. Os desdobramentos da razão deveriam levar o ser humano a Deus. Com a inversão, levaram-no à materialidade.

A ciência contribuiu com o quê?

A razão suspeitava de tudo. Para a comprovação dos fatos, precisava de provas, de fórmulas matemáticas. Daí, o aparecimento das diversas ciências, cujo conhecimento se tornava teórico-experimental, dando total apoio à razão.

Quais os dois grandes pensadores da Idade Média que quiseram unir fé

e razão? Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Santo Agostinho demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Santo Tomás consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

Como a fé e a razão são vistas pelo Espiritismo?

Para o Espiritismo, Razão e Fé pertencem à essência da natureza humana. São potências que se atualizam no decurso das existências. A Razão e a Fé estão centradas no eixo, que é a Vontade. Esta, por sua vez, assenta-se no Livre-Arbítrio, princípio de liberdade, sem o qual a Razão de nada serviria e a Fé não teria sentido.

Fonte

Aprofundamento Doutrinário
Autor: Sérgio Biagi Gregório

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