Fascinação
Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 5 min de leitura
Domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento inflingem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança.
Consequências da Fascinação
Muito mais graves são as conseqüências da fascinação. Efetivamente, graças à ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade.
Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas.
Compreende-se facilmente toda a diferença que existe entre a obsessão simples e a fascinação; compreende-se também que os Espíritos que produzem esses dois efeitos devem diferir de caráter. Na primeira, o Espírito que se agarra à pessoa não passa de um importuno pela sua tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa é muito diversa. Para chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Os grandes termos - caridade, humildade, amor de Deus - lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que vêem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe possa abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter razão sempre."
Item 239 de O Livro dos Espíritos nos explica:
“A fascinação tem conseqüências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem.
Perguntas Relacionadas
Em que contexto a fascinação e a subjugação aparecem?
No capítulo 23, de O Livro dos Médiuns, em que se lê: Obsessão Simples, Fascinação, Subjugação, Causas da Obsessão e Meios de Combatê-la.
O que se entende por fascinação?
É o quebranto, a hipnose, o mau-olhado, a sedução, etc. Do ponto de vista espírita, é a ação direta exercida por um Espírito obsessor sobre a do indivíduo, perturbando-o ou embaralhando-lhe as ideias. É uma espécie de ilusão produzida sobre o pensamento do médium e que paralisa de alguma sorte seu julgamento a respeito das comunicações que recebe.
O que se entende por subjugação?
É o domínio que alguém exerce sobre outrem. Segundo o Espiritismo, é a constrição exercida por Espírito (ou Espíritos) inferior, a qual paralisa a vontade de maneira contrária aos próprios desejos ou sentimentos, levando-o à aberração das faculdades psicofisiológicas.
Como se divide a subjugação?
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é compelido a tomar atitudes absurdas e comprometedoras e que, por uma espécie de ILUSÃO, julga sensatas. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos e produz movimentos involuntários.
Qual a causa da obsessão?
É a imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. Quase sempre a obsessão resulta de vingança, proveniente de encarnações passadas.
Qual o problema da obsessão?
É o problema de mente a mente ou de mentes para com outras mentes. É, pois, uma questão de “atitudes” mutuamente assumidas.
Como se processam as obsessões graves?
Nos casos graves de obsessão, o obsedado fica tão impregnado de fluidos perniciosos, dificultando a substituição deles pelos bons fluidos. Para livrá-lo do monoideísmo, ou seja, do estado patológico caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu pensamento em sua palavra a um só tema, Allan Kardec ressalta que, além do mecanismo dos fluidos, devemos agir sobre o ser inteligente, mudando-lhe o teor dos pensamentos.
Há diferença entre obsessão e possessão?
Sim. Na obsessão, o Espírito atua externamente; na possessão, em vez de agir externamente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado.
Existe boa obsessão? Boa possessão?
Na obsessão, há sempre um Espírito mau; na possessão, pode tratar-se de um Espírito bom, que quer falar e tomar o corpo de um encarnado que voluntariamente lho empresta.
Como facilitar a cura da obsessão?
Mudando as atitudes e o comportamento. É o esforço para pensar no bem quando toda a circunstância nos leva a pensar no mau.
O que fazer quando não conseguimos nos livrar, por nós mesmos, da
obsessão? Procurar um Centro Espírita idôneo. Com médiuns experientes, em sua lide, o Centro Espírita, através dos trabalhos de desobsessão, pode prestar um grande auxílio para o tratamento da obsessão.
Bibliografia
- KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
- KARDEC. A. A Obsessão. 3. Ed. São Paulo: O Clarim, 1978.
- KARDEC, A. O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores. São Paulo:Lake, [s.d.p.]
Fontes
- O Consolador - Vocabulário
- Introdução à Doutrina Espírita | Obsessão
- Aprofundamento Doutrinário, Sérgio Biagi Gregório
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