Evocação
Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 4 min de leitura
Evocação não é sinônimo perfeito de invocação, por mais que tenham a mesma raiz..
Enquanto evocar é chamar, fazer vir a si, fazer aparecer por cerimônias mágicas, por encantamentos - evocar almas, espíritos, sombras; invocar é chamar a si ou em seu socorro um poder superior ou sobrenatural – invoca-se Deus pela prece.
A invocação está no pensamento, a evocação é um ato. Na invocação, o ser ao qual nos dirigimos nos ouve; na evocação, ele sai do lugar em que está para vir a nós e manifestar sua presença. A invocação não é dirigida senão aos seres que supomos bastante elevados para nos assistir. Evocam-se tantos os Espíritos inferiores como os superiores.
Das evocações
“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação”. (O Livro dos Médiuns – Cap. XXV – 269).
Afirma Allan Kardec que, estando os Espíritos em torno de nós, em sua maioria, de condições inferiores, e que outra coisa não querem senão comunicar-se, não chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos os que queiram entrar.
Quem pode ser evocado
“Todos os Espíritos, qualquer que seja o grau em que se encontrem na escala espiritual, podem ser evocados: assim os bons, como os maus, tanto os que deixaram a vida de pouco, como os que viveram nas épocas mais remotas, os que foram homens ilustres, como os mais obscuros, os nossos parentes e amigos, como os que nos são indiferentes. Isto, porém, não quer dizer que eles sempre queiram ou possam responder ao nosso chamado. Independente da própria vontade, ou da permissão, que lhes pode ser recusada por uma potência superior, é possível se achem impedidos de o fazer, por motivos que nem sempre nos é dado conhecer. Queremos dizer que não há impedimento absoluto que se oponha às comunicações salvo o que dentro em pouco diremos. Os obstáculos capazes de impedir que um espírito se manifeste são quase sempre individuais e derivam das circunstâncias.
Entre as causas que podem impedir a manifestação de um Espírito, umas lhe são pessoais e outras estranhas. Entre as primeiras, devem colocar-se as ocupações ou as missões que esteja desempenhando e das quais não pode afastar-se, para ceder aos nossos desejos. Neste caso, sua visita apenas fica adiada.
Há também a sua própria situação. Se bem que o estado de encarnação não constitua obstáculo absoluto, pode representar um impedimento, em certas ocasiões, sobretudo quando aquela se dá nos mundos inferiores e quando o próprio Espírito está pouco desmaterializado. Nos mundos superiores, naqueles em que os laços entre o Espírito e a matéria são muito fracos, a manifestação é quase sempre tão fácil quanto no estado errante, mais fácil, em todo caso, do que nos mundos onde a matéria corpórea é mais compacta.
As causas estranhas residem principalmente na natureza do médium, na da pessoa que evoca, no meio em que se faz a evocação, enfim, no objetivo que se tem em vista " (O Livro dos Médiuns – 274 e 275).
“Freqüentemente, as evocações oferecem mais dificuldades aos médiuns do que os ditados espontâneos, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas a questões circunstanciadas. Para isto, são necessários médiuns especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos. Visto que estes últimos são bastante raros, por isso que, conforme dissemos, as relações fluídicas nem sempre se estabelecem instantaneamente com o primeiro Espírito que se apresente. Daí convir que os médiuns não se entreguem as evocações pormenorizadas, senão depois de estarem certos do desenvolvimento de suas faculdades e da natureza dos Espíritos que os assistem, visto que com os mal assistidos as evocações nenhum caráter podem ter de autenticidade”. (Idem – 272). (Médiuns positivos: suas comunicações têm geralmente, um cunho de nitidez e precisão que muito se presta às minúcias circunstanciadas aos informes exatos). (O Livro dos Médiuns Cap. XVI - 193).
“… A faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para este a obrigação de estar à nossa disposição; que ele pode vir em certa ocasião e não vir em outra, com um médium, ou um evocador que lhe agrade e não com outro; dizer o que quer, sem poder ser constrangido a dizer o que não queira; ir-se quando lhe aprouver; enfim, que por causas dependentes ou não de sua vontade, depois de se haver mostrado assíduo durante algum tempo, pode de repente deixar de vir”. ( O Livros dos Médiuns – Cap. XXV – 277).
Fonte
Introdução à Doutrina Espírita | Evocações
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