Deus
Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 8 min de leitura
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas
Deus, é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, todo-poderoso, soberanamente bom e justo e criador do Universo.
Todos os seres racionais, irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais, são Sua criação e por sua vez, estão destinados à lei do progresso.
Da Natureza Divina
No atual estágio de evolução que se encontra o ser humano, não lhe é possível compreender a natureza íntima de Deus.
Conforme verificamos em “A Gênese” (quinta obra da codificação, editada em 1.868), cap. II, item 8, há as seguinte referências à natureza Divina:
“Não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do Espírito.”
Deus como nosso Pai
A idéia de Deus como sendo o nosso Pai, nos foi trazida por Jesus. Podemos encontrar em “A Gênese” (quinto livro da Codificação Espírita/1.868), no cap. I, item 23 essa referência: “A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de fonte primária, de pedra angular de toda a sua doutrina, é o ponto de vista inteiramente novo sob que considera Ele a Divindade … Um Deus clemente, soberanamente justo e bom, cheio de mansidão e misericórdia … O Pai comum do gênero humano que estende a sua proteção por todos os seus filhos e os chama todos a si …”.
Encontramos ainda, no item 25: “Toda a doutrina do Cristo se funda no caráter que Ele atribui à Divindade. Como um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas…”.
Provas da Existência de Deus
No conjunto imenso de mundos e coisas que constituem o Universo, tal é a grandeza, a magnitude, e são tais a ordem e a harmonia, que, tudo isso, pairando infinitamente acima da capacidade do homem, só pode atribuir-se à Onipotência criadora de um Ser Supremamente inteligente e sábio, Criador necessário de tudo que existe.
Deus, porém, não pode ser percebido pelo homem em sua divina essência. Mesmo depois de desencarnado, dispondo de faculdades perceptivas menos materiais, não pode ainda a espírito imperfeito perceber totalmente a natureza divina.
Pode, entretanto o homem, ainda no estágio de relativa inferioridade em que se encontra, ter convincentes provas de que Deus existe, mas advindas por dois outros caminhos, que transcendem aos dois sentidos: o da razão e o do sentimento.
Racionalmente, não é possível admitir um efeito sem causa. Olhando o Universo imenso, a extensão infinita do espaço, a ordem e harmonia a que obedece a marcha dos mundos inumeráveis; olhando ainda os seres da natureza, os minerais com suas admiráveis formas cristalinas, o reino vegetal em sua exuberância, a fragrância das flores, a variedade quase infinita de plantas, o reino animal em toda a sua beleza; sondando também o mundo microscópio com incontáveis formas unicelulares. Toda essa imensidão, profusão e beleza nos obriga a crer em Deus, como causa necessária. Mas se preferirmos contemplar apenas o que é o nosso próprio corpo, quanta harmonia também divisaremos na nossa roupagem física, nas funções que se exercem à revelia de nossa vontade num ritmo perfeito. Nas maravilhas que são os nosso sentidos. Toda essa perfeição, a harmonia da natureza humana e do mundo exterior ao homem, só pode ser criação de um Ser Supremamente inteligente e sábio, o qual chamamos Deus.
No entanto, é pelo sentimento, mais do que pelo raciocínio, que o homem pode compreender a existência de Deus. Há no homem, desde o mais primitivo até o mais civilizado, a idéia inata da existência de Deus.
A Doutrina Espírita, tem na existência de Deus o princípio maior e Ele se encontra por isso mesmo, na base da Doutrina.
Encontramos em “O Livro dos Espíritos”, nas questões 04 à 09, o subtítulo “Provas da existência de Deus”.
A questão n.º 04 é muito esclarecedora: “Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? – a que a espiritualidade responde: “Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.
E complementa Kardec à título de observação, com relação a essa questão: “Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.
León Dennis, no seu Livro “Depois da Morte”, no capítulo que trata do Universo e Deus, nos relata:
“O telescópio sonda os céus, em parte alguma do Universo encontra limites; sempre mundos sucedendo a mundos, e sóis a sóis; sempre legiões de astros multiplicando-se, a ponto de se confundirem em poeira brilhante nos abismos infindáveis do espaço …”
“E o corpo humano não é uma laboratório vivo, um instrumento cujo mecanismo chega à perfeição? …”
“O espetáculo da Natureza, o aspecto dos céus, das montanhas, dos mares, apresentam ao nosso espírito a idéia de um Deus oculto no Universo …”
“A razão, igualmente nos fala de Deus. Os sentidos fazem-nos conhecer o mundo material, o mundo dos efeitos: a razão revela-nos o mundo das causas …”
“Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras …”
E, no Livro “A Gênese”, Cap. II – Deus, nos é ensinado que:
“A existência de Deus é, pois, uma realidade comprovada não só pela revelação, como pela evidência material dos fatos.”
Fonte
Introdução à Doutrina Espírita | Deus
Perguntas Relacionadas
O que se entende por conceito?
O conceito é uma ideia abstrata sobre algum objeto de estudo. Para os empiristas, são formados a partir da experiência; para os racionalistas, a razão o produz independentemente de qualquer ensino empírico.
Conceito e concepção podem ser considerados sinônimos?
Sim. A concepção é uma operação mental em que o espírito constrói, sem a necessidade de dados experimentais, um conceito ou ideia geral.
Qual a etimologia de Deus?
Deus vem do indo-europeu deiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas, etc.) por oposição aos humanos, terrestre por natureza.
Qual a origem da ideia de Deus?
A origem da ideia de Deus está presa à revelação cristã e ao desenvolvimento puramente natural da evolução do ser humano.
A ideia de Deus depende da religião, da filosofia?
A ideia de Deus, conforme nos esclarece Mircea Eliade, é anterior à revelação cristã ou muçulmana e mesmo às lucubrações filosóficas dos antigos. Allan Kardec explica-nos que a ideia de Deus não é efeito da educação ou produto de ideia adquirida, mas um sentimento natural do ser humano, pelo fato de se considerar filho de Deus.
Como problematizar o conceito de Deus?
A problematização do conceito de Deus deve conter aspectos filosóficos e religiosos. Em linhas gerais, o conceito de Deus é visto de quatro modos: 1) Deus como causa do mundo; 2) Deus como ordem moral (Bem); 3) Deus como divindade; 4) Deus como revelação.
Como entender Deus como causa do mundo?
Afirma-se que Deus é criador e ordenador do mundo. Ele não é só o demiurgo, mas uma causa necessitante, ou seja, é também o autor da estrutura substancial do próprio mundo. O mundo é continuidade, prolongamento da vida de Deus. Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Como entender Deus como ordem moral do mundo?
De acordo com a maioria, Deus garante a ordem moral do mundo. Essa ordem apóia-se no conceito de providência, que os antigos entendiam como “destino”. Disto resulta que, ao criar a ordem, Deus ajuda a salvar a liberdade do homem. Para o Espiritismo, há as leis naturais (ou divinas), gravadas na consciência de cada um de nós.
Como entender Deus como divindade?
Divindade significa a relação de Deus com ele mesmo. Para identificá-la ou distingui-la, valemo-nos dos conceitos de monoteísmo e politeísmo. No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. No monoteísmo, a divindade é possuída só por Deus. Nesse caso, Deus e divindade coincidem.
Como entender Deus como revelação?
É a maneira como se dá o acesso do homem a Deus. Há dois modos clássicos: 1) os que atribuem à própria iniciativa o homem; 2) os que primam pela iniciativa do próprio Deus (revelação). Essa duas iniciativas podem ser combinadas, ou seja, reconhecer o esforço natural do homem de conhecer Deus. Essa terceira via fundamenta a própria revelação espírita, pois afirma que a revelação é de inspiração divina, mas também fruto do trabalho de pesquisa do ser humano.
Pergunta 10 de O Livro dos Espíritos: Pode o homem compreender a
natureza íntima de Deus? Não, falta-lhe para tal um sentido. Mas quando o homem não estiver mais obscurecido pela matéria, e pela sua perfeição tiver se aproximado dela, então vera e compreenderá.
Em vista das dificuldades de conceituação, como compreender
intimamente a existência de Deus? Temos que nos valer da fé. Nesse sentido, o homem encontra Deus na sua experiência mais íntima, na profundidade de sua existência, que percebe Deus muito maior do aquilo que pode imaginar. Em síntese, para o crente, Deus é o espaço aberto que possibilita a nossa liberdade.
Bibliografia
Diversas Enciclopédias
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
Fonte
Aprofundamento Doutrinário
Autor: Sérgio Biagi Gregório
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