Bíblia
Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 5 min de leitura
Conjunto dos livros sagrados do Antigo e Novo Testamentos, aceitos pelas igrejas cristãs (parcialmente, pelos judeus) como revelação da palavra de Deus; Escritura, Escrituras, Sagrada Escritura.
Perguntas Relacionadas
O que significa a palavra “Bíblia”?
O termo Bíblia provém do plural grego ta biblia (os livros), que, pelo menos a partir do século XII, é usada para significar o conjunto dos vários escritos do Antigo e do Novo Testamento. Segundo os judeus, repositório da palavra de Deus, ditada ou inspirada por Ele.
Qual o período da redação da Bíblia?
O período da redação do Antigo Testamento vai do século X ou XI a.C. ao século II a.C. O período da redação do Novo Testamento é bem menor: 50 d.C aos meados do século II. Foram escritos em períodos com enormes variações nas condições de vida — políticas, culturais, econômicas e ecológicas — de seus autores.
O que ressaltar na composição da Bíblia?
O período da composição dos primeiros textos bíblicos corresponde à passagem da escrita cuneiforme para o uso de um alfabeto. A maioria das pessoas recebia os textos pela leitura em voz alta não lendo.
Em se tratando do Novo Testamento, Marcos escreveu o primeiro Evangelho, e depois Mateus e Lucas utilizaram Marcos e outra fonte que consistia basicamente em frases atribuídas a Jesus, conhecida como Q.
O que significa Testamento? Por que Antigo e Novo Testamento?
A palavra Testamento tem, na Bíblia, o significado de pacto, de aliança. Antigo Testamento é o pacto com os judeus; o Novo Testamento é a aliança com Jesus.
O que nos informa a crítica histórica?
Verificando que na Bíblia há acréscimos e contribuições de várias escolas, conclui que ela é obra humana. Para o Espiritismo, ela é constituída de Revelações Mediúnicas.
Quais são os aspectos importantes do Antigo Testamento?
A Lei, baseada no Decálogo, o Deus único, os Profetas e o Messianismo.
O que comporta o Novo Testamento?
A vinda de Jesus, os quatro Evangelhos e as epístolas.
Para reflexão: Por que essa antiga coletânea de textos continua a exercer tanto poder na vida das pessoas em nosso mundo moderno, pós-colonial e pós-industrial?
Para mais informação:
Bibliografia
RICHES, John. Bíblia: Uma Breve Introdução. Tradução de Denise Bottmann. Porto Alegre, RS: L&PM, 2016. (Coleção L&PM POCKET; v. 1203)
Bíblia e Filosofia
O que significa a palavra “Bíblia”?
Bíblia vem do grego plural grego ta biblia e significa “os livros”. Para os cristãos, a Bíblia é um livro inspirado por Deus para a santificação dos leitores. Seu objetivo é salvar o ser humano, não apenas um, mas toda a humanidade.
O que significa filosofia?
Filosofia vem do grego e significa “amor à sabedoria”. Na prática, é a busca do conhecimento por intermédio das luzes da razão.
Como colocar o problema: Bíblia e filosofia?
A filosofia está orientada para o universal, o testemunho bíblico situa-se no terreno do particular. Em filosofia, o universal é um princípio teleológico, que se traduz pelo desejo de pensar e de se comunicar. O testemunho bíblico narra um acontecimento, uma experiência individual. O problema: como dar status filosófico a algo que permanece no particular?
Existe filosofia nas escrituras?
A Bíblia não é filosofia, pois não cogita da racionalidade. Nos seus relatos literários, encontramos argumentos que podem ser ligados a essa ou àquela filosofia. Exemplo: livro da sabedoria e as cartas paulinas.
A revelação é luz para a razão?
Sim. A revelação não é algo mágico que nos conduziria ao insensato, ao irracional. Convém refletir que “Se a fé não for banhada pela luzes da razão, ela o será pela violência”.
Como analisar a inspiração das escrituras?
A inspiração bíblica está centrada na singularidade de uma história, mas voltada para o universal. Nesse sentido, a Bíblia é um precioso testemunho, um presente dado ao pensamento, que a filosofia pode receber e interrogar. A filosofia reconheceu que o literário, o simbólico ou o místico não eram sinônimos de irracional, de falacioso ou de primitivo: a racionalidade aí se expressa de outro modo.
De que maneira Averrois pode contribuir para essa discussão?
Averrois (1126-1198), filósofo árabe, diz que aceitamos que o Alcorão é verdadeiro. Mas, algumas partes dele são demonstravelmente equívocas. Daí, o texto é uma verdade poética e deve ser interpretado pelo raciocínio filosófico. Conclusão: Filosofia e Religião não são incompatíveis.
Como a “consciência de si” pode ser vista em Sócrates e Jesus?
Sócrates, aquele que sabe que nada sabe, acha que a verdade do “conhece-te a ti mesmo” dever ser buscada no fundo de si. Jesus, consciente de ser o Filho do Pai, orienta o interlocutor para relação filial com o Pai.
Como Sócrates e Jesus se posicionam em relação à virtude e à
felicidade? Os dois interrogam a ordem moral da sociedade. Sócrates situa a felicidade ao termo de um esforço de aperfeiçoamento moral e do domínio de si, que associam a realização da virtude ao conhecimento do bem. Jesus, ao anunciar as bem-aventuranças, dá a moral, que não é uma condição, mas consequência do estar com Jesus.
De que maneira Sócrates e Jesus se relacionam com o divino?
O daimon socrático é um sinal divino submetido à interpretação de sua razão, exortando-o a seguir as suas injunções. O divino com o qual Jesus se revela em estreita relação é propriamente o Pai.
Como Sócrates e Jesus tratam a amizade?
Para Sócrates, essa amizade é fruto do amor de si – philautia – e busca recíproca do bem segundo as regras da justiça. Jesus, ao assumir o “amarás o teu próximo com a ti mesmo” propõe um dom total de si.
Bibliografia
MIES, Françoise (org.). Bíblia e Filosofia: As Luzes da Razão. Tradução de Paula Sílvia Rodrigues Coelho da Silva. São Paulo: Loyola, 2012.
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Fonte
Aprofundamento Doutrinário
Autor: Sérgio Biagi Gregório
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