Lei Natural ou Divina

Compreenda que se compreende por Lei Natural ou Divina.

Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 7 min de leitura

As Leis Naturais existem desde sempre: elas são tão velhas quanto o próprio Deus. Na Antigüidade, embora os grandes filósofos não a expressassem textualmente, podemos lê-las nas entrelinhas dos seus discursos. Sócrates e Platão falavam que o homem devia agir de acordo com a sua consciência, ou seja, praticar as virtudes que nada mais é do que escolher com justiça o bem e se apartar do mal. No campo político, Platão falava de um estado ideal, em que os mais sábios deviam governar por serem os mais conhecedores dessas leis da natureza.

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso.

Conhecendo a Lei Natural

Mas como o homem faz para conhecê-la? Há dois elementos básicos: unidade e universalidade. A lei matemática em que dois mais dois são quatro existe em todo o lugar do universo. Independe de tempo e espaço.

A Lei Natural ou Divina decorre da essência das coisas; é perfeita e imutável, como emanação da Natureza; representa como que a materialização da vontade do Criador Supremo — Deus. Nenhum homem promulga uma Lei Natural, pois ela existe independentemente de sua vontade; ele próprio é também um produto dessa lei.

Para que melhor a entendamos, veja-se: o vento sopra e resfria a Terra; o Sol nasce e traz calor aos seres e vegetais; a chuva vai e os rios se enchem, dando vida à fauna; as plantas crescem e dão frutos; os homens e os animais se reproduzem, cumprem sua trajetória e morrem. Tudo isso ocorre, sem que tenha sido escrita uma linha pelo homem, determinando que assim fosse.

Tudo que existe no Universo tem sua origem nas Leis Naturais: mineral, vegetal, animal, seres humanos, Espíritos, são componentes harmônicos do todo, regidos por essas leis. Assim, sendo o homem, também, integrante da Natureza, não é capaz de criar uma Lei Natural. Com toda a sua decantada sabedoria, seu conhecimento científico e filosófico, o homem não é capaz de criar um grão de milho sequer.

Características da Lei Natural

As duas características essenciais da Lei Natural são:

  • ser ETERNA (não se pode estabelecer o seu começo, pois, assim, ela viria do nada, nem se pode determinar o seu fim, pois ela é infinita);

  • ser IMUTÁVEL (não sujeitando-se a mudanças, uma só vez que é dotada de estabilidade perene). Somente as Leis do Estado ou Leis dos Homens, pelas imperfeições destes, são imperfeitas e, por isso modificáveis. As Leis de Deus, por serem harmônicas como o próprio Universo, são eternas e imutáveis, vigorando para tudo e para todos.

Conhecimento da lei natural mais importante

Embora nem todos estejam à altura de compreender a Lei de Deus, como ensinam os Espíritos, “todos a compreenderão, um dia, através do progresso moral, conseguido nas existências”. E há sempre Espíritos superiores ensinando-a: “A Lei de Deus está escrita na consciência”, e a mais importante é a da Justiça, Amor e Caridade. A questão n.º 614 de O Livro dos Espíritos, diz: “a Lei Natural é a Lei de Deus; é a união necessária à felicidade do homem”.

Diz o que ele deve ou não deve fazer, e ele só se torna infeliz quando dela se afasta.

Está no livro da consciência.

Perguntas Relacionadas

O que é uma lei natural?

Refere-se tanto à lei física quanto à lei moral. Ela regula todos os acontecimentos no universo. São leis eternas, imutáveis, não estão sujeitas ao tempo, nem à circunstância, embora tenham em si o elemento do progresso. Todos nós intuímos, mais ou menos claramente, um tipo ideal de homem perfeito que encarna em si, num grau esplêndido, todas as virtudes sem jaças de defeitos. Uma dessas intuições é fazer o bem e evitar o mal.

O que os grandes pensadores falaram sobre a lei natural?

Sócrates reconhece também, acima das leis mutáveis e escritas, a existência de uma lei natural - independente do arbítrio humano, universal, fonte primordial de todo direito positivo, expressão da vontade divina promulgada pela voz interna da consciência. O homem devia agir de acordo com a sua consciência: escolher com justiça o bem e se apartar do mal.

Thomas Hobbes (1588-1679) — A República, de acordo o próprio autor, nada mais é do que a aplicação da lei natural, conhecida como lei áurea: “Não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós”.

John Locke (1632-1704) — Sobre o Governo Civil. Começa o seu discurso reportando-se ao estado natural, em que viviam Adão e Eva. Naquela época, a Lei Natural e a Razão eram os elementos necessários para direcionar os atos de cada um.

John Stuart Mill (1806-1873) — Na introdução do seu ensaio, On Liberty, dizia que a única liberdade que merece o nome de liberdade é aquela em que cada um procurando o seu próprio interesse não prejudica o próximo a conquistar o dele.

O que é a Lei Natural segundo o Espiritismo?

De acordo com o Espiritismo, a Lei Natural é a Lei de Deus, por isso se diz natural ou divina. Nela há o aspecto físico e o aspecto moral.

Que parte cabe à ciência? Que parte cabe ao Espiritismo?

Cabe à ciência, com o seu método teórico-experimental, identificar e descobrir as leis da matéria. Para isso desenvolveu o método científico em que hipóteses são levantadas e testadas empiricamente. Ao Espiritismo cabe desvendar as leis morais, que representam a conduta do homem frente a ele mesmo, ao próximo e ao mundo em que está inserido.

Leis morais e leis naturais são a mesma coisa?

Não, as leis morais são parte da lei natural. Como dissemos, a lei natural é dividida em lei física e lei moral. O homem de bem estuda as leis morais e as segue, sem cessar, na sua caminhada rumo à imortalidade.

O que se deve entender por moral? Há diferença entre ética e moral?

Moral é a regra da boa conduta e, portanto, da distinção entre o bem e mal.

Há que se distinguir moral do falso moralismo, que apregoa uma conduta não racional do ser humano.

Ética – do grego ethos significa comportamento; Moral – do latim mores, costumes. Embora utilizamos os dois termos para expressarmos as noções do bem e do mal, convém fazermos uma distinção: a Moral é normativa, enquanto a Ética é especulativa. A Moral, referindo-se aos costumes dos povos nas diversas épocas, é mais abrangente; a Ética, procurando o nexo entre os meios e os fins dos referidos costumes, é mais específica. Pode-se dizer, que a Ética é a ciência da Moral.

Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação da Lei. A Ética, refere-se à norma invariante; a Moral, à variante. Contudo, há uma relação entre ambas, pois a sistematização da segunda tem íntima relação com a primeira.

O caráter invariante da Lei possibilita-nos questionar: de onde veio? Quem a ditou? Por que? Com que fim? A resposta dos transcendentalistas é que ela é heterônoma, isto é, veio de fora do “eu”. Deus seria o autor da norma. Liga-se, assim, Filosofia e Religião. Para os cristãos, as normas éticas estão centradas nos Dez Mandamentos; a resposta dos imanentistas é que ela é autônoma, isto é, surge das tensões das circunstâncias.

Como se pode distinguir o bem do mal?

O bem é tudo o que está de acordo a lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Quanto mais nos predispusermos a praticar o bem mais livre estaremos; a pratica do mal torna-nos escravos dos próprios vícios. Embora a sociedade nem sempre pune culpados, a lei moral é um juiz implacável, pois está no centro de nossa consciência. Quando o homem toma consciência do mal e começa a ver que poderia agir de forma diferente, aí começa a crescer o “homem novo”.

Quais são as leis morais? Qual é a mais importante? Por que?

  • P rogresso
  • I gualdade
  • L iberdade
  • A doração
  • S ociedade
  • T rabalho
  • R eprodução
  • A Justiça, Amor e Caridade
  • D estruição
  • C onservação

A lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante porque resume todas as demais leis e possibilita ao homem avançar mais rapidamente na vida espiritual.

Que nota, de 1 a 10, você daria a si mesmo, quanto à prática das leis morais?

Subsídios: tratamos o próximo como a nós mesmos? Quando ajudamos alguém, a nossa mão esquerda não sabe o que a direita faz? Dispensamos igual tratamento para todas as pessoas?

Bibliografia

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.

Fonte

CE Ismael | Lei de Adoração Aprofundamento Doutrinário, Sérgio Biagi Gregório

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