Lei de Misericórdia

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Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 4 min de leitura

A misericórdia é o complemento da brandura, visto que aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. A misericórdia consiste no esquecimento e no perdão das ofensas, o que é próprio das almas elevadas, que pairam acima dos golpes que lhes possam desferir. (Evangelho segundo Espiritismo, capítulo X, itens 1 a 4.)

A misericórdia é uma das principais virtudes divinas. É ela que demonstra a infinita bondade de Deus que sempre nos concede oportunidades de reparação de nossos próprios erros.

A misericórdia, representa o convite à paz. Sendo misericordiosos, compreendemos o outro – em seu momento existencial próprio – e não exigimos dele qualquer atitude “conforme” às nossas aspirações e desejos. Do contrário, com um posicionamento indulgente, aprendemos que cada um é herança de si mesmo e reage ou se manifesta de acordo com sua bagagem e trajetória.

Se respeitamos o outro como ele é, evitamos o confronto e, por conseguinte, o embate. Isto não significa, entretanto, que não possamos discutir, isto é, conversar em clima sereno e harmônico, inclusive perpassando as possíveis diferenças de entendimento. O debate importa a apresentação de idéias e pontos de vista que podem ser distintos, mas que poderão representar, mais à frente o amadurecimento de determinadas visões e interpretações, de modo salutar, na seqüência do caminho evolutivo.

Como exercer a virtude

Para exercer a virtude, o que importa é entender a misericórdia como a perene disposição ao perdão das ofensas do outro.

Sê, pois, misericordioso com teu interlocutor para que a misericórdia dele também te alcance, quando se fizer necessário!

A lição de Jesus

Jesus, o modelo e guia da humanidade nos ensinou a misercórdia em várias passagens de seu evangelho.

Em Lucas:

“Sede misericordiosos como misericordioso é vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado”. Jesus (Lc; 6:36-38).

Ao concluir a narração da parábola “O BOM Samaritano”:

“Qual, pois, destes três te parece o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira.” (Lucas, 10:36 e 37.)

No Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.

Acima, porém, de qualquer pregação, deu-nos Jesus o exemplo vivo de sua imensa misericórdia curando enfermos, afastando de suas vítimas espíritos obsessores, consolando aflitos.

Assim foi ao descer do monte, após o “Sermão”, curando um leproso que o adorava a dizer: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendo a mão, tocou-o dizendo: Quero; Sê limpo. E logo ficou purificado da lepra”.

Em Cafarnaum, atendeu ao apelo de um centurião romano e curou a distância seu empregado que jazia em casa paralítico e atormentado.

Restituiu a saúde da sogra de Pedro que logo deixou o leito e tornou aos seus afazeres domésticos.

Chegada a tarde, trouxeram-lhe vários endemoniados e Ele expulsou os espíritos trevosos restaurando o equilíbrio mental daqueles infelizes enfermos.

Ainda em Cafarnaum, curou um paralítico e ordenou: “Levanta-te, toma a tua cama e vai para casa”.

Quando dali partiu, dois cegos seguiram-no clamando: “Tem compaixão de nós, filho de Davi”. Tocados nos olhos pelas abençoadas mão de Jesus, os cegos passaram a ver.

Muitos são os exemplos da infinita bondade do Senhor, de Sua compaixão pelos desvalidos.

A lição do Espiritismo

Seguindo as pegadas do Mestre, a Doutrina dos Espíritos adotou o lema “Fora da caridade não há salvação”, o que vem despertar em cada coração o sentimento de amor ao próximo, estimular a vontade de servir, fazer-nos misericordiosos ante os infortúnios alheios.

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Fontes

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