Lei de Liberdade
Conheça mais sobre a Lei de Liberdade.
Publicado em 11 de Janeiro de 2019 ‐ 6 min de leitura
Para compreendermos o que seja a Lei de Liberdade, precismos anteriormente compreender o setido da palavra Liberdade. De acordo com o dicionário, Liberdade representa senso comum — faculdade de cada um agir ou decidir segundo a sua própria determinação, sem submeter-se à vontade alheia.
Liberdade, pensamento e ação
Entre a vontade e o pensamento deve-se colocar a liberdade de pensar, e entre o pensamento e a ação, coloca-se a liberdade de agir.
Liberdade na lei dos homens
A lei maior (constituição de um país) garante a liberdade de associação, comércio, pensamento, reunião, industrial, política, profissional, locomoção (ir, vir ou ficar) etc.
Liberdade sem limites
Não há limitações à liberdade de pensamento, enquanto não exteriorizado. Todo indivíduo é livre para pensar o que quiser, pois goza da liberdade sem limites, nesse campo. Só responde perante deus.
Liberdade natural
A liberdade natural se apresenta como emanação da vontade de deus, o homem goza de liberdade natural, mas não de liberdade absoluta, isso porque necessita do semelhante.
Dizem os Espíritos: “desde que haja dois homens juntos, há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade absoluta. (q. 826). Quando alguém se diz “liberal”, com ares de bondade, mas age despoticamente, na família ou nas ocupações da vida, é que o egoísmo e o orgulho ainda lhe são companheiros inseparáveis.
Liberdade e escravidão
Sendo a escravidão um mal, pois se trata de um abuso da força, que contraria a lei de deus (lei natural de liberdade), desaparecerá com o progresso moral do homem. Mesmo quando, pela desigualdade das aptidões, uns se colocam na dependência de outros, isso deverá servir para elevação, para aprendizado, para que o que sabe mais auxilie o que sabe menos. Assim, não sendo o homem tratado como coisa, como mercadoria, como máquina, mas como ser dotado de espírito. todos progridem, e não haverá degradação moral ou física.
Liberdade de consciência
De acordo com o livro dos espíritos (q. 835), “a consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem como todos os pensamentos”. Assim, os homens (e os estados) não têm o direito de se oporem à liberdade de consciência ou de lhe imporem diretrizes, pois só a deus compete julgar a consciência dos homens. esclarecem os espíritos (q. 837): “a liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso”.
Livre-arbítrio
É o mesmo que liberdade de pensar e liberdade de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria um robô, simples máquina, guiado à distância. Tenho o meu livre-arbítrio, concedido por deus, e que me permite, interiormente, escolher a forma dos meus pensamentos, das minhas palavras e dos meus atos.
Pelo livre-arbítrio, sou fiscal de mim mesmo, policio as minhas ações, tendo como barreiras apenas os freios morais, que, se bem regulados por mim, me permitem o chamado auto-controle, mesmo quando tentado a fazer algo que não devo. Pelo livre-arbítrio, o homem é senhor de sua vontade, respondendo pelos seus atos, nesta e noutras vidas, pelo princípio da ação e reação, de causa e efeito, decorrente de leis da natureza (de deus).
Livre-arbítrio, fatalidade e ações humanas
Fatalidade não existe; é o espírito, ao encarnar-se, que escolhe sua provação. O futuro não é dado a conhecer ao homem, para que não negligencie o presente. Os atos que pratica, bons ou maus, são reflexos de sua evolução moral e espiritual. tudo está nele.
Perguntas Relacionadas
Por que a liberdade é uma lei natural?
Porque todos têm o direito de ser senhor de si mesmo. Nesse sentido, a escravidão contraria a lei natural.
Qual o conceito de liberdade?
Há mais de 200 sentidos registrados pelos historiadores de idéias acerca do termo liberdade. A palavra “liberdade” tem um duplo conteúdo, que a língua inglesa distingue pelas palavras freedon e liberty. Freedon refere-se ao princípio interno de escolha e de ação. É o aspecto positivo interno da ação independente (liberdade moral). Liberty refere-se à ausência de coação externa. É a capacidade social da ação.
Como a liberdade pode se vista pelo lado do sujeito?
Possibilidade de autodeterminação e escolha, espontaneidade, direção prática para uma meta etc.
Como a liberdade pode ser vista pelo lado do objeto?
Liberdade privada ou pessoal, a liberdade pública, política, moral, a liberdade de ação, de idéias, etc.
Foi o homem sempre livre? Foi sempre racional? Quando e por que é que
se deu o salto para a racionalidade e liberdade? De acordo com os ensinamentos doutrinários do Espiritismo, os Espíritos foram criados simples e ignorantes, como uma tabula rasa. No início da sua caminhada evolutiva, foram auxiliados pelos mentores espirituais. Aos poucos, porém, adquiriram o livre-arbítrio, a razão e o senso moral e, conseqüentemente, a responsabilidade pelos atos praticados.
O que é uma ação livre?
A ação (dita) livre é a ação pela qual o agente pode responder. Só há ação se houver alguém que por ela é capaz de responder, isto é, se houver autoria da ação. Isso quer dizer que deve haver responsabilidade, alguém que responde.
É-se tanto mais livre quanto mais responsável. Um homem é tanto mais livre quanto mais responsável for. A liberdade é tanto maior quanto mais império da lei e da justiça houver. A raiz ultima da liberdade é a razão.
Os animais têm liberdade?
Não. A liberdade é um apanágio do estádio humano. A decisão de ir vir, racionalmente decidido, pertence ao gênero humano. Os animais agem quase que exclusivamente pelos instintos; eles não respondem pelos seus atos.
A liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro?
Esta frase precisa de uma explicação mais acurada. Ela não é espacial, nem temporal. Até tal hora eu tenho liberdade; depois, você tem. Devemos vê-la em termos de direito. O direito de um acaba quando começa o direito do outro.
Há fatalidade nos acontecimentos da vida? Neste caso, em que se torna
o livre-arbítrio? Na pergunta 851, de O Livro dos Espíritos, os Espíritos respondem que a fatalidade existe por causa da escolha feita pelo Espírito antes de encarnar, no sentido de passar por esta ou aquela prova. Escolhendo-a, cria para si uma espécie de destino. Se a escolha foi a de estar entre delinqüentes, ela se concretizará. Fisicamente, estará entre os delinqüentes; moralmente, poderá resistir ou ceder ao crime. Esta última é a função do livre-arbítrio. Pode-se reencarnar entre os viciados: ceder ou resistir ao vício dependerá da força moral, ou seja, do livre-arbítrio do Espírito encarnado. (Kardec, 1995)
Bibliografia
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
Fonte
Aprofundamento Doutrinário, Sérgio Biagi Gregório CE Ismael | Lei de Liberdade
Leis Relacionadas
Expressões Relacionadas
Bibliografia Recomendada
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec