Joanna D'Arc

Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 3 min de leitura

A História de Joana d’Arc, é uma obra psicográfica, ditada por Ermance Dufaux, uma menina que contava então 14 anos e que, por seus dotes morais e mediúnicos, colaborou com Allan Kardec na elaboração da 2ª edição de O Livro dos Espíritos.

Ermance foi médium do Espírito São Luiz que tanto ajudou o Mestre Kardec na grandiosa obra da Codificação.

O poder descritivo da narração minudenciosa, a riqueza dos detalhes como, por exemplo, a relação de todos os participantes de seu ―julgamento‖ — nome completo, profissão e títulos de cada um deles — nos dão uma ideia das qualidades da médium receptora e do Espírito que a ditou.

A trajetória de Joana d’Arc em solo francês é conhecida mundialmente. A sua obstinada bravura, a devoção sem limites aos Espíritos que lhe apareciam, e que a conduziram em seus atos nessa encarnação, o seu imenso amor pela França, aliados a sua simplicidade, sua pureza, seu bom senso e a nobreza do seu caráter tornaram-na a heroína sem par desde o século XV.

Em A História de Joana d’Arc‖ vemos a luta de duas forças: a do bem, personificada no puro ideal da ―Pucelle‖ — tão puro quanto ela mesma — e a do mal, representado pelo falso ideal de justiça de seus pseudos julgadores, digo pseudos já que o seu objetivo não era julgar, mas condenar Joana à morte, como realmente fizeram, apoiados no abandono a que Joana foi relegada por Charles VII — a quem ela fizera coroar lei da França — no descaso e na iniquidade dos próprios franceses que se tornaram assim os cúmplices perfeitos dos mandatários de sua morte. Sob a acusação de ―herege relapsa‖, (acusação tecnicamente perfeita segundo alguns historiadores) Joana d’Arc foi queimada viva no dia 30 de maio de 1431, aos 19 anos de idade.

Nesse momento mesmo, algumas pessoas se mostraram horrorizadas e arrependidas por terem participado de seu sacrifício; é célebre a frase pronunciada pelo inglês John Tressart, um dos secretários de Henri VI, que saiu de junto do cadafalso se lamentando,e, em lágrimas, exclamou: ―Estamos todos perdidos, queimamos uma santa!‖ Outra frase que também se eternizou foi a de Jean Alepée, cônego da catedral, e que era totalmente contrário a Joana: ―Gostaria que minha alma estivesse onde acredito que está a desta mulher‖.

Somente mais tarde o povo francês reabilitou-se de seu procedimento para com Joana. Charles VII, em 15 de fevereiro de 1450, escreveu uma carta a Guillaume Bouillé, deão da Cátedra de Noyon, ordenando que fossem iniciadas investigações no processo pelo qual seus inimigos, devido ao ―imenso ódio que nutriam por Joana, mataram-na perversa e injustamente, com requintes de crueldade‖.

Depois de inúmeras ―démarches‖, em junho de 1456, o Grande Inquisidor de Bréhal fez uma revisão no caso e no dia 7 de julho, na Catedral de Rouen, Jean Jouvene de Ursins pronunciou o seu veredicto oficial, dizendo entre outras afirmativas: ―… decretamos e declaramos o dito julgamento e sentença como contaminados por fraudes, calúnias, iniquidade, contradições e erros manifestos de fato e de Lei e juntamente com a abjuração, a execução e todas as suas consequências, como nulas, sem valor e sem efeito. … Proclamamos que Joana não contraiu mancha alguma de infâmia e que ela está totalmente limpa disso…‖

Joana foi beatificada em 1909, por gestões iniciadas em 1890 pelo Papa Leão XIII, e canonizada em 1920.

O sacrifício de Joana, porém, não foi em vão, ela conseguiu despertar o sentimento patriótico do povo francês e assim propiciar o êxito da França na Guerra dos 100 Anos.

Fonte

Livro: Joanna D’arc por ela mesmo (psic. Ermance Dufaux)