Serpente e o vaga-lume (A)

Publicado em 1 de Fevereiro de 2019 ‐ 3 min de leitura

 

Conta uma lenda que certa vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Ele fugiu rápido, com medo da feroz predadora. A serpente, contudo, nem pensou em desistir.

O inseto fugiu um dia. Ela não desistiu. Dois dias. E ela continuou a persegui-lo.

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:

Posso te fazer três perguntas?

A serpente ficou surpresa com a ousadia de quem ela pretendia devorar. Entretanto, respondeu:

Não costumo abrir esse precedente para ninguém. Mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar…

Pertenço à tua cadeia alimentar?

Claro que não. - Esclareceu de pronto o ofídio.

Eu já te fiz algum mal? - Indagou o vaga-lume.

Não. - Disse a serpente.

Então, por que você quer acabar comigo?

A cobra deu um suspiro e esclareceu:

Porque eu não suporto te ver brilhar…

                               *   *   *

A cada passo, na estrada humana, encontramos a sombra da inveja. Muito raramente a pessoa admite que é invejosa, embora se torture intimamente por causa desse mal.

O invejoso se sente arder por dentro cada vez que se vê impossibilitado de ter o que os outros têm, de fazer o que os outros fazem ou de ser como os outros são.

O mais lamentável é que o invejoso por não conseguir ou não desejar se esforçar para chegar aonde o outro chegou, tudo faz para o derrubar.

É comum, assim, que o invejoso monte calúnias, divulgue mentiras diversas, espalhe malquerenças.

Tudo como se desejasse se vingar daqueles cujo grande erro está em não pedir satisfação a ele quanto ao que fazer dos próprios haveres ou da própria vontade.

A inveja é essa força perturbadora que enceguece o invejoso.

Tanto que ele não se apercebe de que se lutasse como os outros lutam, se trabalhasse como os outros trabalham, por certo poderia conquistar o que é fruto da sua inveja.

                               *   *   *

Se você se afirma cristão e pretende se aproximar do Supremo Bem, abandone a inveja que somente enfeia as vidas humanas.

Afaste-se dessa agonia que a inveja impõe.

Aprenda a comentar positivamente os bons feitos das pessoas.

Cumprimente com honestidade os que se apresentam com qualquer virtude que você ainda não possua.

Imite os bons exemplos e as providências felizes.

Pense que ninguém é igual a ninguém. Cada qual é portador de possibilidades de conquistas diferentes.

E que muitos e diversos são os desfechos nos caminhos humanos.

Uns utilizam as mãos para acariciar as teclas e extrair melodias do teclado. Outros as utilizam para debelar enfermidades, através de complicadas cirurgias.

Uns brilham na oratória. Outros se servem da palavra para o consolo e a esperança.

Uns escrevem leis, outros compõem poemas.

Alguns olham para o céu e descobrem a maravilha do Universo sempre em expansão.

Outros se detêm a explorar a intimidade dos mares, descobrindo a riqueza da vida que se renova, constantemente.

Há diplomatas hábeis para as relações internacionais.

Também portas adentro dos lares, criaturas valorosas estabelecendo pontes de paz, para a harmonia doméstica de todos os dias.

Aprenda a viver contente em toda e qualquer situação.  

Fonte

Redação do Momento Espírita, com base no texto A serpente e o vaga-lume, de autor desconhecido e do cap. 26 do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 07.07.2011.

Redação do Momento Espírita